sexta-feira, 4 de abril de 2008

Harmonia do Saber

texto produzido pelos jornots Aline, Heloísa, Luiza, Maria Carolina, Mariana e Túlio, para a aula de filosofia

Super Interessante - Jornots 2008
Você nem imagina, mas ouvir Beatles no iPod é pura filosofia!

Imagine sua vida sem iPod. E sem Internet. Sem celular. TV. Rádio? Seria possível, na era tecnológica avançadíssima em que vivemos, conceber um mundo sem luz?! O que, então, restaria para fazer do nosso precioso, mas interminável tempo no escurinho da noite, sem eletricidade? Não, mente poluída... Você está desacompanhado. Pense um pouco... Alguma idéia? Algo que as pessoas faziam na antiguidade (sim, muito tempo atrás) numa situação como esta, antes da invenção de toda a parafernália tecnológica de que dependemos hoje, era filosofar.

Peraí, filosofia??? Aquela mesma matéria chata que os velhos esquizofrênicos da era paleozóica inventaram para confundir a nossa vida e tornar aquelas aulas da escola simplesmente algo que dava sono? Calma... A Filosofia está muito mais presente no nosso dia-a-dia do que você poderia imaginar.

Quer ver? Você, no ônibus ou no carro, preso no trânsito, liga o seu iPod para ouvir os Beatles e passar o tempo. Nesse ato corriqueiro, sem nem perceber, você está unindo e vivendo dois dos pensamentos mais antagônicas da Filosofia Antiga: os de Heráclito e Parmênides.

Ih, já começou os nomes difíceis... Mas não se preocupe, isso tudo é mais simples do que pode parecer.

Pense no modo como você ouve música e como isso evoluiu rapidamente. Os gramofones deram espaço para os discos de vinil, que foram substituídos pela fita cassete, que, por sua vez, sucumbiu ao CD. Hoje, nem é mais necessário gravar esses intermediários... Pequenas placas para armazenar informação permitem carregar, em um pequeno aparelho, todas as músicas que o seu coração desejar. Essa mudança, fruto da interminável concorrência entre empresas e inventores, onde nada permanece inalterado, é o ponto de partida para entender Heráclito. Para esse filosofo, um dos pensadores mais antigos de quem possuímos registro, o mundo era um ‘devir eterno’, um rio que continua fluindo para sempre, nunca agora como foi antes e será depois.

Tem melhor maneira de explicar os constantes avanços tecnológicos que presenciamos diariamente?

Agora, pense na música: o ato de unir as notas e as melodias de tal maneira harmônica á formar uma canção. A combinação de instrumentos muda, o que é harmonia também, mas a música em si, desde de seus primórdios na história da humanidade, permanece. Como os Beatles que você estava escutando no ônibus, a música é... pode ser pensada, escrita, tocada. Ela é constante, eterna. Essa existência, que transcende o tempo, os modismos e a mera ilusão dos sentidos, permite a consagração da música e dos diferentes legados musicais. Essa afirmação absoluta foi primeiro descrita por Parmênides, outro filosofo antigo. Ele acreditava na essência das coisas; estas, sim, únicas e imutáveis.

Então, quer dizer que, se Heráclito acreditava que tudo vive em eterna mudança e Parmênides acreditava que há algo supremo que não pode ser alterado, um debate entre os dois terminaria em guerra? Nem tanto...

Por mais desavenças que pareçam existir entre esses dois pensadores, eles se complementam muito bem, principalmente em relação ao nosso exemplo em que voc se vê escutando Beatles no seu iPod. Basta compreender que, os heleatas, seguidores de Parmênides, se referem á forma e os heraclitinanos, seguidores de Heráclito, ao conteúdo. A música, contido em um mundo tecnológico desmistifica a idéia de que dois pensamentos opostos seriam incapazes de funcionar harmonicamente. Ao mesmo tempo em que a ideologia de consumismo atual propõe a constante renovação e o aprimoramento das formas de se reproduzir música - encarnando Heráclito –, a perpetuação de grandes artistas da música, desde os Beatles até Bethoven, através das gerações – retomando Parmênides – é um fato comprovado.

Ficou mais claro?

O mundo está em constante mutação, nossa vida muda a cada dia. Porém os pensamentos que datam de séculos antes de Cristo sobrevivem ao longo do tempo e das gerações. Sempre presentes, os mais diferentes pensamentos se entrelaçando e andando de mãos dadas. Afinal o mundo é grande e tem capacidade de acolher todos os pensamentos que lhe pedirem abrigo.

Um comentário:

Luiza disse...

CINCO pés de MACONHA!
huahauhauhauahuahauha
adoro os nossos trabalhos!!!