Ano após ano diminui o número de maratonistas e o tamanho dos eventos. Estará a Maratona Euclidiana fadada ao gradual declínio e término?
O Seminário de abertura da 96ª Semana Euclidiana, ocorrido no sábado, dia 9 de agosto, foi a mais curta cerimônia de abertura de que se tem notícia. Marcada para começar às 10 horas, contabilizando-se um pequeno atraso, execução do hino nacional, as devidas apresentações, homenagens e palestras; às 11:15h já tinha acabado.
Os palestrantes Lando Lofrano e Maria Olívia de Arruda disseram ter preparado seminários de cerca de uma hora cada, porém, preferiram deixar de lado o material para fazer uma exposição mais curta e superficial dos assuntos. O motivo? A faixa etária da platéia. Acostumados a palestrar para uma maioria de estudantes do ensino médio, os professores depararam-se com um auditório cheio majoritariamente de crianças, desde os nove anos de idade.
O Ciclo de Estudos Euclidianos era tradicionalmente direcionado para alunos de 7ª e 8ª séries (Área I ), ensino médio (Área II ), e alunos de ensino superior ou professores (Área III ). Numa iniciativa de familiarizar as crianças rio-pardenses mais cedo com a obra euclidiana, foram acrescentadas no ano passado a Área I-A (5ª e 6ª séries); e nesse ano a Área Inicial (3ª e 4ª séries). Apesar de ser uma temática pesada, há maneiras de iniciar os pequenos no euclidianismo com sucesso; e é sem dúvida necessário ensinar às nossas crianças essa parte tão importante da história da cidade e do país.
O problema, entretanto, é que enquanto as áreas inicial e I incham de pequenos maratonistas, o número de alunos nas áreas II e III declina sensivelmente. Para quem acompanhou a Semana, os Ciclos de Estudos e os alojamentos durante os últimos anos, é muito claro como ano após ano o número de maratonistas diminuiu. Para quem estava acostumado a ver a cidade cheia de alunos nessa época do ano, chega a ser deprimente ver o reduzido número de maratonistas que agora estão aqui alojados.
Todos os anos, orgulhosamente, proclamamos que São José do Rio Pardo é a Meca do Euclidianismo, referência em todo o Brasil quanto a esse assunto; e que a Semana Euclidiana é o evento cultural mais antigo do país. A verdade, porém, é que fora daqui a Semana é praticamente desconhecida: são poucas as cidades e escolas que mantém contato com a Casa Euclidiana, usualmente só aquelas que têm vínculo com algum professor do Ciclo de Estudos. As universidades estaduais e federais do estado e seus professores ignoram completamente a Semana, e muitos até mesmo o fato de Euclides ter morado e escrito grande parte de Os Sertões aqui. Muitos dos maratonistas de fora têm de vir sem apoio algum para cá, empenhando-se inclusive em provar que a Semana Euclidiana existe para conseguirem uma autorização da direção de suas escolas. A participação em um movimento tão grande e enriquecedor, intelectual e culturalmente, não é incentivada por falta de conhecimento e divulgação. É como se todo ano organizássemos uma grande festa mas não convidássemos ninguém para ela.
O ensino para as crianças é importante, mas deveria ser dado mais ênfase nas áreas II e III, inclusive com projetos de produção intelectual, pois é aí que se concretizarão os estudos e daí que sairão os próximos projetos e professores para renovar e dar continuidade ao ciclo de estudos.
É preciso que a Casa Euclidiana, os alunos e professores divulguem esse movimento em locais de interesse: escolas de ensino médio, cursos de história, geografia, ciências sociais, jornalismo, pedagogia e outros dos campus das nossas universidades públicas. A vinda desses alunos seria um grande enriquecimento para o Ciclo!
Se a Semana continuar sem divulgação eficiente, com olhar fechado apenas na própria cidade de São José, seguirá encolhendo: um acontecimento de grande fama, grande história, mas pouco conhecimento e repercussão. E no centenário, daqui a 4 anos, terá ainda forças para continuar?
Se as devidas providências começarem a ser tomadas agora, poderemos presenciar um grande centenário da Semana Euclidiana, ainda com potencial de se renovar e seguir por anos. Se nos acomodarmos, entretanto, o centenário marcará também o triste e decadente final da mais antiga Semana Cultural do país.
Ah, sim! Para aqueles que nunca ouviram falar da Semana Euclidiana: Casa Euclidiana
O Seminário de abertura da 96ª Semana Euclidiana, ocorrido no sábado, dia 9 de agosto, foi a mais curta cerimônia de abertura de que se tem notícia. Marcada para começar às 10 horas, contabilizando-se um pequeno atraso, execução do hino nacional, as devidas apresentações, homenagens e palestras; às 11:15h já tinha acabado.
Os palestrantes Lando Lofrano e Maria Olívia de Arruda disseram ter preparado seminários de cerca de uma hora cada, porém, preferiram deixar de lado o material para fazer uma exposição mais curta e superficial dos assuntos. O motivo? A faixa etária da platéia. Acostumados a palestrar para uma maioria de estudantes do ensino médio, os professores depararam-se com um auditório cheio majoritariamente de crianças, desde os nove anos de idade.
O Ciclo de Estudos Euclidianos era tradicionalmente direcionado para alunos de 7ª e 8ª séries (Área I ), ensino médio (Área II ), e alunos de ensino superior ou professores (Área III ). Numa iniciativa de familiarizar as crianças rio-pardenses mais cedo com a obra euclidiana, foram acrescentadas no ano passado a Área I-A (5ª e 6ª séries); e nesse ano a Área Inicial (3ª e 4ª séries). Apesar de ser uma temática pesada, há maneiras de iniciar os pequenos no euclidianismo com sucesso; e é sem dúvida necessário ensinar às nossas crianças essa parte tão importante da história da cidade e do país.
O problema, entretanto, é que enquanto as áreas inicial e I incham de pequenos maratonistas, o número de alunos nas áreas II e III declina sensivelmente. Para quem acompanhou a Semana, os Ciclos de Estudos e os alojamentos durante os últimos anos, é muito claro como ano após ano o número de maratonistas diminuiu. Para quem estava acostumado a ver a cidade cheia de alunos nessa época do ano, chega a ser deprimente ver o reduzido número de maratonistas que agora estão aqui alojados.
Todos os anos, orgulhosamente, proclamamos que São José do Rio Pardo é a Meca do Euclidianismo, referência em todo o Brasil quanto a esse assunto; e que a Semana Euclidiana é o evento cultural mais antigo do país. A verdade, porém, é que fora daqui a Semana é praticamente desconhecida: são poucas as cidades e escolas que mantém contato com a Casa Euclidiana, usualmente só aquelas que têm vínculo com algum professor do Ciclo de Estudos. As universidades estaduais e federais do estado e seus professores ignoram completamente a Semana, e muitos até mesmo o fato de Euclides ter morado e escrito grande parte de Os Sertões aqui. Muitos dos maratonistas de fora têm de vir sem apoio algum para cá, empenhando-se inclusive em provar que a Semana Euclidiana existe para conseguirem uma autorização da direção de suas escolas. A participação em um movimento tão grande e enriquecedor, intelectual e culturalmente, não é incentivada por falta de conhecimento e divulgação. É como se todo ano organizássemos uma grande festa mas não convidássemos ninguém para ela.
O ensino para as crianças é importante, mas deveria ser dado mais ênfase nas áreas II e III, inclusive com projetos de produção intelectual, pois é aí que se concretizarão os estudos e daí que sairão os próximos projetos e professores para renovar e dar continuidade ao ciclo de estudos.
É preciso que a Casa Euclidiana, os alunos e professores divulguem esse movimento em locais de interesse: escolas de ensino médio, cursos de história, geografia, ciências sociais, jornalismo, pedagogia e outros dos campus das nossas universidades públicas. A vinda desses alunos seria um grande enriquecimento para o Ciclo!
Se a Semana continuar sem divulgação eficiente, com olhar fechado apenas na própria cidade de São José, seguirá encolhendo: um acontecimento de grande fama, grande história, mas pouco conhecimento e repercussão. E no centenário, daqui a 4 anos, terá ainda forças para continuar?
Se as devidas providências começarem a ser tomadas agora, poderemos presenciar um grande centenário da Semana Euclidiana, ainda com potencial de se renovar e seguir por anos. Se nos acomodarmos, entretanto, o centenário marcará também o triste e decadente final da mais antiga Semana Cultural do país.
Ah, sim! Para aqueles que nunca ouviram falar da Semana Euclidiana: Casa Euclidiana
3 comentários:
Por sinal, foi boa a semana? Deu para aproveitar? ;)
beijos!
nem tenho mais moicano azul!! ahUAHuahUAHua
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