quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Carta ao presidente

Em suas numerosas viagens por todo o mundo, para as câmaras e políticos das mais diversas nacionalidades, nosso presidente repete o mesmo discurso de que precisamos tomar medidas para frear o aquecimento global, e propõe como solução milagrosa a todo o mundo a utlização do etanol em substituição do petróleo. Mas desconfio que ele esteja muito mais interessado em vender nosso produto e tecnologia do que em procurar saídas para o aquecimento global, porque esse problema é bem maior do que seus olhos parecem ver. Ele afirma que a produção de cana não agrava a o problema da fome, pois este está ligado não à escassez de alimentos, mas à falta de dinheiro para comprá-los, e está certo, mas será, senhor presidente, que o senhor não percebe que com menos terras produzindo alimentos eles terão que vir de longe, encarecendo e impossibilitando às pessoas mais humildes o acesso a ele? E, senhor presidente, se o senhor está tão preocupado com o aquecimento global o senhor deve estar ciente de que as grandes vilãs de liberação de gás carbônico na atmosfera brasileira são as queimadas, não? E que na cultura da cana se usa largamente as queimadas, certo? E também que a Amazônia queima dia a dia, diminuindo e se desrtificando, não?
Será, senhor presidente, que o senhor está mesmo interessado no meio ambiente ou só quer vender o nosso peixe (que mudou do nome de álcool dos tempos da ditadura para o etanol do séc. XXI ) , para benefício da balança comercial e dos ricos usineiros e industriais do ramo que verão seus negócios prosperarem ainda mais, em detrimento dos trabalhadores que vivem em condições deploráveis, não raras vezes morrendo de exaustão para colher o "ouro verde", e da população que mora nas áreas que foram invadidas pela cana, que se sentem, dia a dia, vivendo numa terra de chamas e cinzas.

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