quinta-feira, 30 de julho de 2009

Curso gratuito de redação e gramática da USP com inscrições prorrogadas

O Projeto Redigir, curso gratuito de redação e gramática para a cidadania, ministrado por alunos da Escola de Comunicação e Artes, prorrogou o período de inscrições para as turmas do segundo semestre até o próximo sábado (8/8).

Pode se inscrever qualquer pessoa com mais de 16 anos, com o ensino fundamental completo em escola pública. As aulas são semanais, com opção de turmas em dias de semana, de manhã ou à noite, e turmas aos sábados de manhã.

Para se inscrever o candidato deve se apresentar pessoalmente nos plantões de inscrição portando os seguintes documentos: cópia do RG, cópia do comprovante de histórico escolar ou diploma e cópia dos comprovantes de renda de todos da família. Maiores informações podem ser obtidas pelo telefone, e-mail ou pela página www.evon.com.br/wikis/redigir.

ECA-USP
Local: av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitária (prédio de Jornalismo e Editoração)
Fone: (11) 3037-0618
E-mail: projetoredigir@gmail.com
Horários de inscrição: de segunda a sexta, das 10h às 14h e das 17h às 21h. Sábados das 9h às 13h.
Data: até 8/8

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Viagem a um mundo de encantos

A exposição“Era uma Vez... Arte Conta Histórias do Mundo”, em cartaz no CCBB, traz as fadas, princesas e príncipes para fascinar crianças e adultos.

Matéria da revista Espaço Aberto, 7 de maio de 2009.
Por Mariana Franco.



Num grande prédio de São Paulo morava a menina, sempre cheia de livros nas mãos. Alguns andares abaixo, a tia-avó. E lá passava grande tempo a menina, escutando a tia-avó desfiar lindíssimos contos de príncipes e princesas e viajando para lugares distantes, nas lonjuras dos tempos do era uma vez.

A menina cresceu, estudou, viajou o mundo, especializou-se e agora faz a curadoria da exposição “Era uma Vez... Arte Conta Histórias do Mundo”, em cartaz no Centro Cultural do Banco do Brasil. A mostra reúne trabalhos de diversos artistas, entre ilustrações, fotografias e instalações; inspirados principalmente nos contos de Charles Perrault, Hans Christian Andersen e dos Irmãos Grimm.

Katia Canton, a “menina-crescida”, curadora da mostra, é especialista em contos de fadas (e apaixonada por eles), professora e curadora de arte do Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC-USP) e escritora de livros infanto-juvenis.

“Quando tive de escolher um tema para minha pesquisa de doutorado, na New York University, toda aquela bagagem dos contos de fadas da minha infância voltou à memória e foi essa temática que segui. Agora, convidada a fazer uma exposição aqui no CCBB perguntei-me como juntar arte e contos de fada novamente? O resultado é este”, conta ela.

A exposição ocupa todo o prédio do Centro Cultural, entre salas e corredores dos três andares, o hall de entrada do térreo e os corredores e cofres do subsolo. No processo de montagem, os contos de fadas iam surgindo em imagens pelas paredes, como se essas fossem as páginas em branco sobre as quais autores e desenhistas fizeram suas histórias.

Como num sonho de meninas, encontramos no terceiro andar uma sala completamente cor-de-rosa, inspirada no Museu do Louvre. O visitante tem, sobre sua cabeça, um painel com a reprodução dos afrescos do teto de uma das salas do museu, sob os quais Charles Perrault contava suas histórias. Ao lado do painel pende, até o chão, um lustre de delicados e divertidos cristais cor-de-rosa, obra da artista plástica Alzira Fragoso. “O lustre tem teias de aranha que se remetem às recordações. O nome da instalação é Quero Te Achar, porque a intenção é que cada um encontre dentro de si aquela menina que se encanta com as princesas e com a cor” diz a artista.

Engana-se, porém, quem pensa que contos de fadas são coisas só de meninas. Muitas das histórias que se contam às crianças têm versões originais tristes e complexas, que são também fontes para a compreensão da cultura de sua época. “Contos de fadas não são textos atemporais e neutros. Cada história, em sua versão, agrega em si valores particulares, ligados à história e ao contexto do autor que a escreveu”, explica Katia.

A mostra conta com diversas obras que se reportam às histórias originais para adultos. Numa sequência de fotos da artista plástica Elisa de Magalhães, vemos uma Chapeuzinho-Vermelho-Mulher, despindo-se de um rubro véu. Na simbologia original da história, o véu vermelho é a primeira menstruação da menina, a fugir do homem que passa a persegui-la: o Lobo.

O subsolo do prédio é dedicado a contos dos quatro cantos do mundo. As ilustrações são inspiradas na tradição oral africana, árabe, japonesa, italiana e russa. Enquanto aprecia as ilustrações, o visitante pode escutar em fones de ouvido diversas histórias narradas por atrizes e cantores convidados.

Dentro da programação estão também contadores de histórias. No dia 30 de maio, às 16h, Kiara Terra apresenta ao público o clássico A Bela Adormecida no Bosque. Já no dia 20 de junho, também às 16h, Giba Pedrosa apresenta Chocolate Quente na Neve e Um Conto de Grimm.

Tanto para os pequenos quanto para os crescidos, andar pelas salas e corredores da exposição é mergulhar num mundo fantástico, no qual os sorrisos a todo momento se abrem e os olhos não sabem para onde primeiro correr, brilhantes com tanto encanto.

Você pode viajar para esse mundo fantástico até o dia 21 de junho, de terça a domingo, das 10h às 20h, e nem é preciso pagar em moedas de ouro ou em vermelhas maçãs. A entrada é gratuita!

Devolução de medicamentos gera segurança e economia

Programa do HC alerta para os riscos de se manter uma farmacinha em casa.

Matéria da revista Espaço Aberto, 7 de maio de 2009.
Por Mariana Franco.

Onde ficam os remédios na sua casa? Provavelmente numa caixinha, no armário do banheiro ou da cozinha, locais de grande calor e umidade, pouco adequados para a conservação dos produtos.
Esse hábito de manter uma farmacinha em casa é uma das principais causas de intoxicação por medicamentos. Dados de 2006 da Fundação Oswaldo Cruz registraram 39.514 intoxicações no estado de São Paulo, das quais cerca de 40% foram causadas por medicamentos. Crianças de até quatro anos de idade, em geral, são as mais atingidas.

Esse é um dos motivos que levaram a Farmácia Ambulatorial do Instituto Central do Hospital das Clínicas (ICHC) a instalar um programa que incentiva os pacientes a devolver os medicamentos que, por algum motivo, deixaram de ser consumidos durante o tratamento.
Carlos Suslik, médico e diretor executivo do ICHC, explicou que todos os pacientes atendidos no ambulatório recebem gratuitamente os remédios necessários ao tratamento, retirando-os na farmácia com data e hora marcada ou recebendo-os diretamente em casa. Como diversas vezes esses medicamentos não são consumidos na sua totalidade, eles passam a ser um problema, tanto pelo risco de automedicação, quanto pelo de ocorrer um descarte inadequado, que ocasiona problemas ambientais.

Os medicamentos que são agora devolvidos ao HC passam por uma avaliação de suas características. Aqueles que ainda estão em boas condições são encaminhados para outros pacientes. Os demais são descartados devidamente, recolhidos por empresa especializada e encaminhados para incineração.

Em quatro meses, 957 pessoas aderiram ao programa e 14.030 unidades de diversos tipos de medicamentos foram devolvidas. Somente são recebidas as devoluções dos pacientes do próprio HC. “Quem é atendido aqui tem uma numeração, com a qual podemos rastrear o medicamento devolvido e controlá-lo. Também não teríamos estrutura para atender mais pessoas”, explicou Suslik. Passam em média 3 mil pacientes pela farmácia do ICHC para retirar seus remédios por dia.

Além de segurança, o programa gera economia: desde sua implantação, R$ 120 mil foram poupados, dinheiro que retorna em melhorias para o hospital. Entretanto, o ponto central, como ressalta o diretor, “não é a economia, mas segurança dos pacientes”.

Para Maria Cristina De Nadae, diretora da Farmácia Ambulatorial, o ideal seria comprar em qualquer drogaria medicamentos fracionados. Já que isso não ocorre, “deveria ser como bateria de celular, quem forneceu ter a responsabilidade de recolher e dar o descarte adequado”.
Cristina acredita que agora, com a divulgação do programa, todos vão começar a se perguntar: “E os remédios lá de casa?”, e que dessa forma a questão da devolução de medicamentos deverá em breve ser discutida no Conselho Regional de Farmácias, visando à implantação do programa em mais locais.

Emiliane Silva Santiago, estudante da pós-graduação em farmácia da USP, foi ao HC devolver os medicamentos de um vizinho, que os recebe em casa para o tratamento da diabetes, mas não os consome. Ele chegava inclusive a distribuir os remédios para amigos e conhecidos. Emiliane estava já há meses tentando devolvê-los em algum lugar. “Fui a várias UBSs (Unidades Básicas de Saúde), mas nenhuma aceitou.” Para ela, é muito importante a divulgação do programa e a conscientização das pessoas de que guardar uma farmacinha em casa é muito perigoso. “Toda unidade de saúde deveria receber devolução de medicamentos.”